Viajar tem efeitos extraordinários em nós.
Viajar tem sido, além de um prazer com o qual rejubilo, uma forma de me expandir, de ganhar perspectiva e crescer - como indivíduo e como profissional.
Rumar ao desconhecido, sentir cheiros diferentes, novas texturas e experiências, conhecer e envolver-me com as pessoas, com a cultura, com os costumes e tradições. Com os valores, crenças e fé de cada povo.
Há algo de mim que fica em cada lugar e há algo de cada lugar que permanece em mim. Acredito, porque é minha intenção, que talvez deixe um pouco do meu ego em cada sítio por onde passo e trago comigo lições, aprendizagens, sentimentos e pensamentos de quem me predispus a receber. Desde o sorriso fácil, doce e contagiante dos indonésios, ao pragmatismo dos europeus do norte, até à resiliência, esperança e boa disposição dos brasileiros.
Se estivermos despertos e dispostos, conhecer e sentir a diferença, ajuda-nos a entender muito melhor todo o tipo de diferenças à nossa volta. Sair da nossa tão aclamada “zona de conforto” e perceber que existem muitas outras formas de viver. Nós escolhemos a nossa, mas isso não significa que seja a correcta para todas as outras pessoas. Só porque é correcto para mim, não o tem que ser para os outros. E o contrário também é verdade.
Esta tolerância torna-nos seres melhores. Seres mais competentes.
Lembro-me constantemente de célebre frase de Santo Agostinho “O Mundo é um livro e aqueles que não viajam lêem apenas uma página.”
Eu quero ler o livro todo! Aliás, tornei-o um dos meus BIG 5 (5 grandes objectivos de vida) - visitar pelo menos 150 Países até ao meu último dia aqui no Planeta.
E sempre que viajo reflicto sobre:
1. O que mais gostei;
2. O que menos gostei;
3. O que aprendi;
4. O que irei mudar a partir de então;
5. O que não quero para mim e/ou em mim;
6. Agradeço o que tenho.
Vejo-me por vezes como uma “manta de retalhos”. Uma mescla de tecidos não das sobras, mas dos melhores pedaços que consegui conquistar, cosidos um a um, com intencionalidade, que vão aumentando cada vez mais o tamanho e densidade desta tapeçaria que sou, com a qual me aqueço e quero continuar a aquecer quem está à minha volta. Viajar é um privilégio. Mas acima de tudo, uma necessidade.
O abraço do costume
João