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12 perguntas para te fazeres antes das resoluções de ano novo

Sinto que a melhor forma de te desejar um feliz ano novo, é escrevendo este texto.

Quando iniciamos um novo ano, geralmente, começamos entusiasmados, cheios de energia e esperança, com muitas ideias e a convicção abunda. Costumamos dizer “este ano é que é!!”.

Mas à medida que o ano se vai desenrolando, algumas coisas começam a mudar, aparecem demasiadas urgências e imprevistos, os objectivos que tínhamos definido começam também a sofrer a alterações e a perder preponderância e, lá para Março/Abril já tudo é diferente. Chegamos novamente a Dezembro e voltamos ao mesmo discurso - “Agora é que vai ser! Este é o meu ano!”.

Não digo isto porque li em algum lado ou porque ouvi dizer que assim é. Digo-o, porque o vivi várias vezes na primeira pessoa.

Nós costumamos sobrevalorizar eventos e subestimar o processo. Mas é o processo que conta. O processo é o mais importante.

É o que faço agora, hoje, todos os dias que vão passando, de forma consistente, que influencia directamente os meus resultados.

Os próximos 365 dias que vêm pela frente, são “só” mais 365 dias, em que se não mudarmos quem somos, tudo vai continuar igual.

Percebi que, olhar para a frente, esperar o melhor é importante. Mas a menos que faça outras coisas primeiro, torna-se praticamente irrelevante.

E antes de projectar o meu futuro próximo, preciso reflectir e analisar o meu passado recente. Não para ficar agarrado às limitações e impossibilidades, mas para aprender.

Para terminar este ciclo de 365 dias de forma intencional, faço-me 12 perguntas que partilho contigo, esperando que te possam ajudar a fazer a mesma reflexão.

 

1. O que tornou este ano inesquecível?

Há sempre algo memorável que nos acontece. Talvez tenha sido um momento especial vivido a dois, em família, com amigos ou no trabalho. Se pensares no último ano, o que te vem imediatamente à cabeça?

 

2. O mais gostei de fazer durante 2021?

Comecei uma nova actividade, um hobby, comecei a fazer algo em prol de um sonho antigo?

 

3. A quem sou grato por ter entrada na minha vida?

Se me costumas acompanhar, sabes que dou especial relevância ao que chamo núcleo-duro - às pessoas que estão à nossa volta com quem mais nos relacionamos. Isto porque elas têm um impacto tremendo na pessoa que nos vamos tornando a cada dia. A quem agradeces por ter entrado na tua vida e que te faz bem?

 

4. Qual a minha maior conquista este ano?

Pensar sobre a minha principal conquista, dá-me uma sensação de realização. Foi um ano atípico já sabemos, mas de certeza que me conquistei de alguma forma. Lembra-te que nem tudo é mau.

 

5. O que vi/ouvi/li que teve mais impacto em mim?

O que consumimos inspira-nos, molda o nosso pensamento e ajuda-nos a trabalhar mais o nosso potencial. Vi algum filme ou documentário que me tenha marcado? Li algum livro ou artigo que me tenha dado uma perspectiva diferente?

 

6. Qual foi a minha maior preocupação durante o ano e como terminou esse tema?

Como referiu Dale Carnegie no seu livro “Como fazer amigos e influenciar pessoas” (um dos livros que recomendo a toda gente), 93% das coisas com que nos preocupamos nunca acontecem, ou, pelo menos não acontecem da forma como tínhamos antecipado.

Mas a verdade é que todos vivemos sempre algum tipo de preocupação.

O que mais me preocupou durante 2021? O que me gerou essa preocupação estava sob o meu controlo? Se não estava, então porque gastei energia tão preciosa com isso? E, no final, o que aconteceu?

 

7. Qual o meu maior arrependimento e porquê?

Não somos perfeitos, nunca iremos ser e todos cometemos erros. Mas é a forma como interpretamos o erro que nos faz crescer. Portanto, errei comigo próprio? Aprendi com isso? Errei com outra pessoa? Já lhe pedi perdão?

Carregar fardos só nos atrasa no nosso caminho.

Ah é preciso coragem e humildade para pedir desculpa. É cliché eu sei mas, sem coragem não saímos do mesmo sítio onde estamos. Sem humildade viveremos isolados.

 

8. Qual foi a principal mudança que tive em mim?

O facto de podermos mudar, é algo de extraordinário e místico até. Acredito que todos, mas todos os limites são auto-impostos. Não somos determinados por nada nem por ninguém. Podemos ser influenciados sim, mas jamais determinados. Olhando para os últimos 365 dias, onde mais mudei? Qual a evolução de que mais me orgulho ter feito?

Posso partilhar contigo que a minha principal evolução, aparentemente pequena mas muito significativa, foi o facto de ter finalmente integrado que cada um de nós, da mesma forma que só pode dar o que tem, só recebe o que está preparado para receber. Há pessoas que não estão preparadas para receber o que eu tenho para dar e, naturalmente, o contrário também é verdade.

 

9. O que andei constantemente a adiar durante 2021?

Aqui voltamos ao tópico com que comecei este texto. No final do ano passado decidi fazer várias coisas. Umas fiz e outras nem tanto.

Mas o que era verdadeiramente importante e que adiei uma vez mais? Em que situações especificas procrastinei? E porque o fiz? É porque efectivamente não quero fazer isso? Arranjei quantas desculpas?

Estar consciente é sempre o passo mais importante.

 

10. O que mais me surpreendeu este ano?

A vida é absolutamente mágica e surpreendente. Mas…há sempre um “mas”, coisas surpreendentes só acontecem quando lhe damos espaço para acontecerem. Quando queremos controlar tudo, estamos precisamente a fazer o oposto.

Surpreendi-me a mim próprio? Quem me surpreendeu? E sempre pela positiva claro. Até porque de pessoas negativas já está o planeta cheio.

 

11. Mantive-me fiel aos meus valores?

Principalmente nos maiores desafios que vivi durante este último ano, consegui manter-me fiel aos meus valores, à minha visão e aquilo em que acredito? Se sim, óptimo. Se não, porque razão o fiz?

 

12. Se pudesse voltar ao dia 1 de Janeiro 2021, que sugestão teria dado a mim próprio?

Sim sim eu sei…os “ses” não existem. Mas a questão aqui é mais olhar na óptica da aprendizagem do que na perspectiva da conclusão.

Houve alguma lição que tirei no decorrer do ano que gostaria de ter sabido antes?

Tinha alguns indicadores e evidências que já me mostravam isso? Se sim, decidi ignorá-los? Se não, como posso fazer da próxima vez?

 

Navegar por estas questões tornou-se um ritual no final de cada ano para mim.

Se há pessoa onde a esperança reside, essa pessoa sou eu. Mas pensar sobre todas estas questões e sobre algumas das respostas que obtenho, faz-me querer construir o meu futuro de forma ainda mais intencional.

 

Faço votos para que tenhas um excelente próximo ciclo de 365 dias!! Se puder continuar a contribuir para que sejas melhor, fico grato por isso.

 

O abraço do costume.

João.