Alguém que cria uma empresa é porque, à partida, tem uma visão. Ou pelo menos deveria ter. Uma empresa nasce para responder a algo que falta na sociedade, para resolver um problema ou criar uma oportunidade. Mas o que vemos, muitas vezes, é que esse propósito perde-se pelo caminho. O que era para ser uma visão inspiradora, transforma-se apenas num negócio que sobrevive.
Explica a importância da visão no setor imobiliário.
Faz o enquadramento: líderes, consultores e empresas precisam de mais do que objetivos de curto prazo.
Gancho: “Hoje vou partilhar contigo os 7 níveis que distinguem empresas que apenas existem daquelas que realmente lideram. E tu vais conseguir perceber em que nível estás neste momento.”
O primeiro nível é aquele em que infelizmente muitas empresas estão: não têm uma visão clara. Fazem negócios, fecham contratos, mas não sabem muito bem para quê, nem para onde vão. É como andar a correr numa passadeira: muito movimento, mas sem sair do mesmo lugar.
Problema: estas empresas sobrevivem, mas não inspiram.
Consequência: colaboradores sem motivação, clientes que sentem falta de identidade.
Metáfora: “É como navegar sem mapa — qualquer direção serve, mas nenhuma leva aonde queres chegar.”
No segundo nível temos um cenário comum: o fundador tem um sonho muito forte, mas não sabe comunicá-lo. Ele vê o futuro, mas a equipa não. E se a tua equipa não vê, não acredita, e se não acredita, não caminha contigo.
Exemplo: empresário que “vê longe”, mas a equipa continua a trabalhar apenas pelo salário.
Insight: “Uma visão que não é comunicada é apenas uma ideia na tua cabeça. Precisa de sair de ti, precisa de ser traduzida para quem te acompanha.”
E mesmo quando alguns conseguem comunicar, muitas vezes confundem comunicar com inspirar. Comunicar é dizer o que queremos. Inspirar é mostrar porque é que isso faz diferença. É tocar na emoção
Exemplo prático:
Comunicação: “Queremos ser líderes de mercado.”
Inspiração: “Queremos ser líderes de mercado porque acreditamos que cada família merece um lar onde pode crescer em segurança e dignidade.”
Mensagem: “A inspiração é o que transforma palavras em energia.”
Mas mesmo a inspiração, sozinha, não basta. Já viste aquelas palestras que nos deixam cheios de energia, mas depois, dois dias depois, está tudo igual? Inspirar sem mobilizar é como acender um fósforo e não ter lenha para a chama.
Ponto central: é preciso transformar visão e inspiração em comportamentos diários, processos claros e metas tangíveis.
Sem mobilização, a visão morre na emoção inicial.
No quinto nível, muitos líderes conseguem mobilizar. A equipa trabalha, a equipa esforça-se… mas algo não encaixa. Porque a mobilização é feita por obrigação ou apenas pelo salário. E isso não dura.
Problema: desgaste, rotatividade de colaboradores, falta de compromisso real.
Explicação: “As pessoas podem trabalhar por dinheiro ou por obrigação, mas só ficam por propósito. Só se entregam verdadeiramente quando percebem que também podem realizar os seus sonhos através da tua empresa.”
E aqui chegamos ao sexto nível: o momento em que tudo muda. É quando consegues casar propósitos. O meu sonho enquanto líder pode alinhar-se com o teu sonho enquanto colaborador. Eu ajudo-te a atingir os teus objetivos pessoais e tu ajudas-me a concretizar a visão da empresa.
Explicação: este é o verdadeiro “contrato emocional” entre líder e equipa.
Quando isso acontece:
O líder deixa de empurrar, começa a puxar naturalmente.
O colaborador deixa de resistir, começa a sentir que pertence.
Resultado: equipas resilientes, unidas e comprometidas.
Finalmente, o sétimo nível: quando a visão deixa de ser apenas uma ideia bonita e passa a ser execução consciente. Aqui já não falamos só de estratégia, falamos de consistência, de cultura e de identidade.
Características de líderes e empresas neste nível:
Decisões alinhadas com valores.
Processos que sustentam a visão.
Pessoas que sentem que fazem parte de algo maior.
Resultado: empresas que não só têm sucesso, mas criam impacto real na vida de clientes e colaboradores.
Se há algo que quero que leves de hoje é isto: não basta ter visão. É preciso comunicá-la, inspirar, mobilizar e, acima de tudo, casar propósitos. Só assim consegues transformar um negócio que sobrevive numa empresa que deixa legado.