75% das pessoas saem dos seus empregos não por causa da empresa… mas por causa do seu chefe. Sim não é a empresa. É o chefe.
Esta é uma estatística que diz muito sobre o mundo em que vivemos.
Diz que a cultura organizacional importa, sim. Que a remuneração importa, claro. Mas no final, a experiência de quem está numa equipa, de quem dá o seu tempo e a sua energia todos os dias, é profundamente marcada pela forma como é liderado.
E é por isso que decidi criar este episódio. Porque liderar nunca foi tão relevante e tão determinante como é hoje.
Vivemos numa era em que a palavra “liderança” está em toda a parte: nas descrições do LinkedIn, nos podcasts, nos posts inspiracionais, nos workshops de fim de semana. Mas será que compreendemos realmente o que significa ser um líder? Ou será que confundimos cargos com caráter, influência com impacto ou popularidade com propósito?
Se estás a ver este vídeo, provavelmente tens uma coisa em comum com milhares de pessoas que passam pelas minhas redes todas as semanas: tu lideras algo.
Pode ser uma equipa, uma empresa, um projeto, um grupo comunitário, ou até a tua própria família.
E, mesmo que aches que não, no fundo, lideras sempre pelo menos uma pessoa: a ti própria.
Antes de mergulharmos a fundo no tema de hoje, deixa-me fazer-te um convite. Se ainda não subscreveste o meu canal, convido-te a fazê-lo. Ativa as notificações para teres acesso imediato aos novos conteúdos que vou publicando, porque este espaço foi criado para quem quer evoluir de forma consistente, sem atalhos nem discursos vazios.
Aqui, falamos sobre verdadeira liderança, crescimento interior e performance humana. Sobre tudo aquilo que te pode ajudar a ser não só um melhor profissional, mas um ser humano mais inteiro, mais alinhado e mais livre.
E já agora: partilha este episódio com alguém que sabes que pode beneficiar. Um colega, um amigo, um líder da tua empresa que precisa de ouvir isto. Porque a liderança é contagiosa, para o bem e para o mal.
Quanto mais espalharmos boas práticas de liderança consciente, mais espaço criamos para equipas saudáveis e ambientes onde as pessoas querem realmente estar.
O desafio real da liderança
Vivemos num mundo onde a velocidade, a tecnologia e a pressão por resultados se tornaram quase uma religião.
E no meio desse ritmo, muitas vezes esquecemo-nos de que liderar é, antes de tudo, uma responsabilidade humana.
Liderança não é sobre cargos ou sobre posições hierárquicas. Não é ter uma sala de canto com vista panorâmica.
Liderança é impacto. É o efeito que tens nos outros.
E há uma pergunta muito simples que te pode dizer em que ponto estás:
“O que acontece quando eu entro numa sala? E o que acontece quando eu saio dela?”
A tua presença inspira, organiza e traz clareza? Ou gera tensão, medo e silêncio desconfortável?
A tua ausência deixa espaço para que os outros floresçam ou cria um vazio que paralisa tudo?
Por isso, neste episódio trago-te um mapa dos mais úteis que existem quando falamos sobre este tema: os 7 níveis da liderança.
Cinco deles vêm do modelo brilhante de John C. Maxwell, um dos maiores especialistas de sempre em liderança, mais 2 que acrescentei. O Nível 0 e o Nível 7.
Nível Zero – Auto-liderança
A auto-liderança é aquela parte do processo que ninguém te dá como título.
Não há crachá, não há cargo, não há “parabéns, és agora o gestor de ti mesmo”. Mas é aqui que tudo começa.
É a capacidade de manter os teus compromissos contigo mesmo, mesmo quando ninguém está a ver.
É dizeres “não” ao atalho fácil, à resposta reativa, ao ego descontrolado. É o treino silencioso de cuidar do teu corpo, da tua mente, das tuas emoções, antes de exigires isso de quem está à tua volta.
Já viste líderes que são brilhantes a gerir números, mas péssimos a gerir o seu próprio ego?
Pessoas que transformam as suas equipas em depósitos de frustração pessoal, que despejam irritações, que usam a sua posição como escudo para as próprias inseguranças? Pois. O que lhes falta não é técnica. É liderança de si mesmos.
E sem liderança interna, tudo o resto é uma construção altamente instável.
Por isso, antes de qualquer outro nível, faz esta pergunta:
“Como me estou a liderar a mim mesmo ao dia de hoje?”
Se a resposta for incerta, está tudo bem – isto é um processo.
Mas assume a responsabilidade de o trabalhar.
Porque ninguém pode liderar os outros com clareza e liberdade, se vive em guerra consigo mesmo.
Nível 1 – Posição
Este é o nível básico. É quando recebes um cargo. Um título. “És a diretora”, “és o CEO”, “és o responsável de equipa.”
E muita gente acha que isso é liderança. Mas na verdade… é apenas o começo do caminho.
Neste nível, as pessoas seguem-te porque têm de o fazer. Obedecem porque existe uma estrutura hierárquica, um contrato de trabalho, uma regra formal. E atenção: este nível é legítimo. Todos passamos por ele. Mas ele é muito frágil.
Basta uma decisão errada, uma reorganização interna, ou até um novo chefe acima de ti, para a tua autoridade desaparecer.
Conheces aquele chefe que vive obcecado em relembrar o seu cargo?
Frases como: “Sabes com quem estás a falar?” Isso não é poder. É medo disfarçado. É um grito de insegurança.
Se estás neste nível, não te culpes. Todos começamos por aqui. Mas não podes ficar preso aqui. Porque neste nível, as pessoas seguem-te com os pés… mas não com o coração. E um líder sem o coração da sua equipa, mais cedo ou mais tarde, quebra.
O desafio do nível 1 é este:
não te agarres ao poder que te foi dado para controlar, e começa a construir o poder através do qual és capaz de inspirar.
Nível 2 – Permissão
No nível 2, acontece a viragem. Aqui, as pessoas começam a seguir-te porque querem e não porque são obrigadas.
Seguem-te porque confiam em ti, porque sentem que as ouves, que as valorizas, que as vês como mais do que peças de uma engrenagem.
Este nível é sobre relações. E relações genuinas não se fingem.
Não dá para usar um guião de “como parecer simpático”. Ou estás presente… ou não estás.
E é aqui que muitos líderes falham: confundem empatia com passividade.
Acreditam que ser próximo da equipa significa deixar passar tudo, evitar conversas difíceis, não confrontar as suas pessoas sobre comportamentos tóxicos. Mas isso não é liderança. Isso é medo de perder aprovação.
A verdadeira liderança relacional equilibra duas coisas:
Coração e coluna vertebral.
Compaixão e clareza.
Empatia e direção.
Pergunta-te: “As pessoas seguem-me… ou suportam-me?”
Há uma diferença gigantesca entre alguém que trabalha contigo com entusiasmo… e alguém que só cumpre ordens enquanto sonha em ir-se embora.
Nível 3 – Produção
Aqui, entramos no nível onde os resultados aparecem.
Onde a liderança deixa de ser uma promessa e começa a ser visível nos números, nos projetos entregues, no impacto gerado. As equipas ganham tração, os objetivos são atingidos, e a cultura começa a consolidar-se.
Mas aqui há uma armadilha muito perigosa: o culto da performance a todo o custo.
Muitos líderes, fascinados pelos resultados, começam a pressionar as suas equipas até ao limite.
E isso gera um exército de exaustão. Pessoas cansadas, desconectadas, a trabalharem por medo ou por necessidade, e sem alegria, sem criatividade e sem propósito.
Resultados sem propósito é sucesso vazio. E sucesso vazio é só vaidade bem disfarçada.
Por isso, se estás neste nível, lembra-te: os verdadeiros resultados nascem do alinhamento, não da pressão.
Uma equipa que se sente segura, valorizada e inspirada vai sempre mais longe e de forma sustentavel, do que uma equipa apenas e só altamente pressionada.
E deixo-te estas perguntas para refletir antes de avançarmos:
“O que é que a tua presença, hoje, está a criar?”
Mais clareza ou mais confusão?
Mais confiança ou mais medo?
Mais energia ou mais exaustão?
Porque a forma como lideras agora vai definir não só os resultados de amanhã, mas também, influenciar todos aqueles que estão à tua volta na forma como vão escolher quem ser.
Já percebemos que a liderança começa com a capacidade de te liderares a ti mesmo no Nível Zero, passando pela posição formal no Nível 1, conquistando o coração das pessoas no Nível 2 e depois começar a produzir resultados concretos no (Nível 3).
Mas a verdadeira transformação acontece quando entras no Nível 4: No Desenvolvimento de Pessoas.
Nível 4 – Desenvolvimento de Pessoas
Este nível muda o paradigma porque já não se trata apenas do que tu consegues fazer ou conquistar.
Aqui, o foco desloca-se de ti… para os outros. Deixas de ser apenas um gestor de tarefas para te tornares um mentor, um treinador, uma potenciadora de talento.
E deixa-me ser claro: nem todos estão dispostos a entrar neste nível. E Porquê? Porque isso exige a coragem para abdicar do protagonismo. Significa aceitar que o teu maior sucesso não é ser o melhor da equipa… mas criar uma equipa de pessoas melhores do que tu. E isso fere os egos frágeis.
Muitos líderes falham aqui porque têm medo de se tornarem “dispensáveis”.
Acham que se ensinarem tudo o que sabem, alguém vai ocupar o seu lugar.
Mas deixa-me dizer-te: o teu lugar nunca é o cargo. O teu lugar é a tua capacidade de criar impacto.
Se hoje sais de um projeto e tudo colapsa, isso não é sinal de que és indispensável; é sinal de que não desenvolveste sucessores. E isso é uma falha clara de liderança.
O nível 4 obriga-te a mudar a pergunta principal:
Deixas de perguntar: “Como posso atingir mais resultados?”
E começas a perguntar: “Como posso ajudar esta pessoa a atingir o seu melhor potencial?”
Aqui entram competências completamente diferentes:
Saber escutar profundamente; Dar feedback construtivo; Criar planos de crescimento personalizados; Reconhecer não só o talento óbvio, mas também aquele potencial que está escondido que nem a própria pessoa vê.
E quando fazes isso, algo poderoso acontece: o ambiente muda. As pessoas sentem que estão a crescer, que têm realmente oportunidades, que são valorizadas como indivíduos. Resultado? Lealdade…Lealdade algo cada vez mais raro. Não uma lealdade por medo de perder o emprego, mas uma lealdade baseada no respeito, na gratidão e no sentimento de pertença.
A armadilha do protagonismo
Mas aqui também existe um risco: o de usar o desenvolvimento de pessoas como uma ferramenta de vaidade.
Há líderes que formam equipas apenas para reforçar a sua própria imagem: “Olha quantos talentos eu criei!”
O foco continua a ser o ego, e não o crescimento genuíno do outro.
A verdadeira liderança neste nível é quase invisível. Não te importas se as pessoas mencionam o teu nome quando elas têm sucesso. Importas-te é que elas consigam ter sucesso, ponto.
Porque já não vives através da necessidade de reconhecimento. Vives através da alegria de ver os outros prosperarem.
Pergunta-te com honestidade:
“Estou a criar seguidores… ou sucessores?”
Porque criar seguidores é fácil: basta manter as pessoas dependentes de ti. Mas criar sucessores exige humildade: significa preparar pessoas para um futuro em que podem não precisar de ti. E isso que é verdadeiro serviço!
Nível 5 – O Legado
Poucos chegam aqui. E ninguém chega sozinho.
O nível 5 é quando a tua liderança já não depende da tua presença física.
Quando os teus valores estão tão enraizados na cultura que mesmo depois de saíres… continuam a gerar impacto.
É quando percebes que a tua maior conquista não é o que fizeste, mas o que deixaste. Não é o cargo que ocupaste, mas a cultura que criaste. Não é a lista de tarefas concluídas, mas a transformação que provocaste.
No nível 5, tu já representas algo maior do que tu própria. Os teus princípios, a tua forma de comunicar, a tua visão de mundo, continuam a inspirar mesmo quando não estás lá para liderar reuniões ou para assinar documentos.
Isto não acontece por acaso. Constrói-se com entrega, com muita consistência e coerência ao longo de anos.
Não há atalhos para o legado. Não se constrói um legado à pressa, com obsessão por resultados imediatos ou com uma liderança baseada na manipulação. Constrói-se quando decides viver com valores inegociáveis e criar condições para que as outras pessoas cresçam também.
Quando chegas aqui, algo muda em ti: deixas de pensar em termos de “minha equipa”, “minha empresa”, “meu projeto”…
e começas a pensar em termos de “o que deixo no mundo através disto?”
E, ironicamente, é aqui que se encontra a verdadeira liberdade.
Porque deixas de liderar pelo medo de perder algo… e começas a liderar pela alegria de contribuir.
E quando lideras assim, a tua marca nunca é apenas um logo ou uma assinatura de e-mail.
A tua marca é uma experiência emocional nas pessoas que passaram por ti.
Lembrando uma frase que me marcou para sempre:
“Não posso viver para sempre, mas posso viver nos outros por tudo aquilo que lhes deixei.”
E vamos ao último nível que criei recentemente - o Nível 6 - A Liderança Consciente.
E Porquê criar este novo nível?
Porque os tempos mudaram.
Vivemos numa era de complexidade extrema: mudanças tecnológicas, instabilidade geopolítica, novas gerações com valores diferentes e um planeta que nos dá sinais de que o modelo atual de consumo e produção precisa de ser repensado.
A liderança consciente não é um “bónus espiritual”. É uma necessidade estratégica.
Nível 6 – Liderança Consciente
A liderança consciente começa com uma pergunta simples mas profunda:
“Em Quem me estou a tornar enquanto lidero?” E vai ainda mais longe:
“Que impacto as minhas decisões têm para além da minha equipa?
Como é que elas afetam a comunidade, a sociedade e as gerações futuras?”
É quando percebes que a tua função não é só atingir resultados, mas também definir o tipo de resultados que valem a pena. Porque o “como” importa tanto quanto o “quanto”.
No nível 6, o líder está atento a três dimensões principais:
Impacto Humano: O efeito das suas decisões na saúde emocional e no bem-estar das pessoas.
Impacto Sistémico: Como a sua organização influencia a economia, o ecossistema empresarial e a comunidade.
Impacto Planetário: A consciência de que toda ação empresarial tem uma pegada no planeta, seja de que ordem for.
À primeira vista isto pode parecer “idealista”, mas a verdade é que as empresas mais sustentáveis, inovadoras e atraentes para talentos de alto nível são precisamente aquelas que incorporam este tipo de consciência.
E o que vale a pena não é trabalhar por ideais?!
Porquê este nível agora?
Porque estamos num ponto de viragem. Já não basta liderar para crescer, é preciso liderar para evoluir.
As novas gerações não seguem apenas salários, seguem causas. Os clientes não compram só produtos, compram valores. E as equipas de alta performance não querem apenas um emprego; querem um propósito.
Este nível de liderança convida-te a ser um catalisador de transformação.
Não precisas de ter todas as respostas ou ser um ativista radical.
Mas precisas de estar desperto para a consequência das tuas ações.
Precisas de ter coragem para dizer:
“Nós podemos ganhar dinheiro, sim. Mas não vamos fazê-lo à custa da dignidade humana ou da integridade pessoal.”
A verdadeira medida do teu impacto
Agora, deixa-me perguntar-te:
“Que história queres que contem sobre ti quando já não estiveres nessa função, nessa empresa e neste mundo?”
Será que vão dizer que foste “um chefe exigente que entregava resultados”… ou que foste “um líder que fez crescer as suas equipas como profissionais e como pessoas, que nos transformou para a vida”?
Esta é a diferença entre um líder comum e um líder consciente.
Um líder comum preocupa-se com a próxima meta.
Um líder consciente preocupa-se com a próxima geração.
E isto é um treino diário. Não é uma medalha permanente.
Todos os dias podes cair num padrão mais egocêntrico, mais imediato.
Mas também todos os dias podes escolher voltar à consciência.
Voltar a alinhar as tuas decisões com os teus valores mais profundos.
O convite à reflexão
Portanto, agora que conheces os sete níveis, desde a auto-liderança até à liderança consciente, a pergunta é:
onde é que estás? Não onde gostarias de estar, mas na prática onde realmente estás.
O que é que dizem as pessoas à tua volta? Como se sentem quando estão contigo? O que dizem quando sais da sala?
E atenção: podes estar num nível mais avançado numa área da tua vida (por exemplo, com a tua equipa directa) e num nível muito básico noutra (por exemplo, numa parceria nova ou num projeto paralelo).
A liderança é dinâmica. É viva. E isso é uma boa notícia.
Significa que nunca estás “preso” a um nível; podes estar sempre a crescer.
Depois de atravessarmos os sete níveis de liderança, da auto-liderança ao legado e, finalmente, à consciência, chega a altura de trazer tudo isto para um lugar concreto: a tua vida, o teu dia a dia, as tuas relações.
A pergunta central é simples, mas poderosa:
Em que nível estás a liderar neste momento?
E atenção que não vale responder automaticamente. Não é sobre como gostarias de ser visto, ou sobre como te descreves nas redes sociais. É sobre o que as pessoas à tua volta vivem contigo diariamente.
Porque liderança não é aquilo que achas que és… é aquilo que os outros experienciam quando trabalham contigo, quando convivem contigo, quando te seguem ou te escolhem como referência.
O espelho da tua liderança
Talvez descubras que, com algumas pessoas, estás no nível 4 ou 5, a inspirar, a desenvolver, a criar cultura.
Mas com outras, ainda estás no nível 1 ou 2, a depender do cargo ou de relações frágeis. Isso não te torna um mau líder.
Isso torna-te humano. E a liderança é isso mesmo: um treino constante, um processo de evolução contínua.
A chave está em reconhecer onde estás sem julgamento, e usar essa consciência para avançar.
Então, como é que podes crescer, a partir de onde estás?
Como é que podes desenvolver a tua liderança para subir de nível e, mais importante ainda, manter-te íntegro durante esse processo?
A importância de voltares à base
Mesmo que estejas a liderar uma grande equipa, uma organização inteira ou um projeto global, lembra-te sempre: a base é a auto-liderança. Se não cuidas de ti, se não tens clareza sobre quem és, se vives constantemente reativo, tudo o resto fica comprometido. Uma liderança saudável exige harmonia interna.
E esse harmonia não é um destino fixo, é uma prática diária.
É por isso que líderes conscientes têm rotinas pessoais sólidas: desde rituais de reflexão e escrita, até práticas de saúde física e mental. Eles entendem que o seu estado interno define o estado do sistema que lideram.
Porque uma equipa não pode estar em paz, se o seu líder vive em guerra consigo mesmo.
A influência invisível
Muitas vezes, subestimamos o impacto emocional de um líder. A tua forma de entrar numa reunião, o tom que usas num e-mail, a forma como olhas (ou não) nos olhos de alguém… tudo isso cria uma atmosfera.
E essa atmosfera, silenciosamente, molda comportamentos, expectativas e energia coletiva.
Líderes que reconhecem isso tornam-se intencionais: sabem que a sua presença pode ser combustível ou pode ser veneno e fazem uma escolha consciente todos os dias: serem construtores de ambientes saudáveis.
Isso é ainda mais urgente num mundo onde a pressão por resultados pode facilmente desumanizar as relações.
Porque se não tiveres cuidado, começas a ver pessoas como recursos, e não como seres humanos.
E quando isso acontece, o custo pode ser invisível ao início… mas devastador no longo prazo.
Os três exercícios práticos
Agora, vamos à parte prática. Quero deixar-te três exercícios simples, mas profundamente transformadores, que podes aplicar já esta semana para evoluir como líder:
Exercício 1 – O Espelho 360°
Escolhe três pessoas diferentes com quem trabalhas diretamente. Pode ser alguém da tua equipa, um colega de igual hierarquia e até um superior ou parceiro. Faz-lhes esta pergunta:
“Quando pensas em mim como líder, qual é a primeira palavra que te vem à cabeça?”
E depois, escuta. Não expliques, não te justifiques, não entres em modo defensivo. Escuta e toma notas.
Este pequeno exercício dá-te uma visão poderosa sobre como a tua liderança é realmente percecionada, e pode revelar pontos cegos que nunca imaginaste.
Exercício 2 – O Ritual da Auto-liderança
Reserva 10 minutos por dia só para ti. Pode ser ao acordar ou antes de dormir. Usa esse tempo para:
Refletir sobre o teu estado emocional;
Escrever uma pequena nota sobre algo que fizeste bem e algo que queres melhorar;
Reconectar-te com o propósito que te move.
Não é um diário de produtividade. É um espaço de alinhamento pessoal.
Porque liderar os outros começa sempre por liderar a ti mesmo.
Exercício 3 – Um Nível Acima
Olha para os sete níveis de liderança e escolhe um onde sentes que tens mais margem de crescimento.
Define uma ação específica que podes tomar esta semana para subir um nível nessa área.
Exemplo:
Se estás muito preso ao nível 1 (posição), foca-te em construir uma relação autêntica com uma pessoa da tua equipa, sem falar de objectivos ou resultados, escuta apenas. Se queres desenvolver mais pessoas (nível 4), agenda uma conversa de mentoria ou coaching com alguém que nunca teve essa atenção antes. Se estás a trabalhar o nível 6 (consciência), reflete sobre uma decisão estratégica e pergunta: “Que impacto terá isto a longo prazo para além do resultado imediato?”
A ideia é simples: um passo pequeno, mas intencional, em direção a um nível superior.
Convite final
A liderança não é estática. Não é um título que conquistas uma vez e está feito. Não é uma licenciatura, um mestrado ou um doutoramento. Não é um diploma.
É uma escolha diária, uma prática, um compromisso com algo maior do que tu mesmo.
E, se há algo que quero que leves deste episódio, é isto: Liderar é servir.
Servir as pessoas, servir a visão, servir um futuro mais consciente.
Então, pergunta-te:
“Quem me torno, todos os dias, enquanto lidero?”
“Que legado emocional estou a deixar nas pessoas com quem me cruzo?”
Se estas perguntas te fazem sentido e ressoam contigo, faz uma pausa e responde a cada uma delas, ainda hoje.
Não adies este tipo de reflexão, porque a forma como lideras pode estar a influenciar vidas muito mais do que imaginas.
E, como sempre para terminar, deixa-me fazer-te três convites:
Subscreve o canal e ativa as notificações para continuares a receber este tipo de conteúdos transformadores.
Partilha este episódio com alguém que lidera, ou que precisa de voltar a liderar-se a si mesmo.
Se queres ser séria quanto à tua evolução como líder, vê como os meus programas de coaching podem ser o próximo passo para o teu crescimento, em joaocordeiro.com
Porque liderar é sobre inspirar, elevar e deixar cada espaço melhor do que o encontraste.
Um forte abraço