Alguma vez te perguntaste por que razão, depois de tantos anos de escola, entraste na vida adulta a sentir-te meio perdido?
Sabias resolver equações complexas, decorar datas históricas, escrever redações longas…
Mas quando a vida te bateu à porta, faltava-te o essencial: a capacidade de lidar com a vida real.
Ninguém te ensinou a gerir emoções, a construir relações saudáveis, a lidar com o dinheiro, a reagir perante falhanços ou a tomar decisões sob pressão.
E não, a culpa não é só da escola.
Na maioria dos casos, a família também não tinha ferramentas.
Crescemos a pensar que a família é a nossa primeira escola de vida.
E é verdade em teoria.
Mas há uma verdade dura: a maioria das famílias nunca foi ensinada a ensinar.
Os nossos pais transmitiram o que sabiam ou o que achavam que sabiam.
Frases como:
“Trabalha e tira boas notas, e vais ter sucesso.”
“Não fales de dinheiro, isso é feio.”
“Engole o choro e sê forte.”
Foram ditas com amor, mas baseadas num modelo ultrapassado, no medo e na sobrevivência, não no crescimento e na consciência.
E antes de culparmos, precisamos de reconhecer: eles também fizeram o melhor que sabiam.
Foram pais uma primeira vez, tão humanos e falhos como nós.
A escola foca-se em conteúdos académicos e negligencia o resto.
O resultado?
Pessoas instruídas, mas emocionalmente frágeis.
Adultos com diplomas, mas sem clareza interior.
Capazes de memorizar fórmulas, mas incapazes de lidar com um conflito, uma perda ou uma frustração.
A escola ensinou matemática, mas nunca ensinou o que fazer quando sentes raiva.
Ensinou biologia, mas não te ensinou a reconhecer o stress no teu corpo.
Ensinou gramática, mas não te ensinou a comunicar sem atacar ou fugir.
Emoções: Fomos ensinados a reprimir. “Os homens não choram.” Resultado: adultos em stress crónico.
Comunicação: Fomos ensinados a calar. “Faz o que eu digo.” Resultado: adultos que evitam conversas importantes.
Dinheiro: Fomos ensinados a ter medo. “O dinheiro não cai das árvores.” Resultado: adultos endividados, ansiosos, sem clareza financeira.
Limites: Fomos ensinados a confundir amor com controlo. Resultado: relações desequilibradas.
Erro: Fomos ensinados a temer falhar. Resultado: medo de arriscar, vergonha e bloqueio.
Curiosidade: Fomos ensinados a não questionar. Resultado: mentes obedientes, mas não criativas.
O modelo escolar nasceu no século XIX, durante a Revolução Industrial.
O objetivo? Formar trabalhadores obedientes, não pensadores críticos.
Funcionou… naquela época.
Mas o mundo mudou.
Hoje vivemos numa era de inovação constante.
O que nos diferencia não é a capacidade de repetir regras, mas a capacidade de aprender, adaptar, comunicar e pensar de forma criativa.
E o sistema continua igual, 150 anos depois.
Entramos no mercado de trabalho com competências técnicas, mas sem preparação emocional.
Isso cria:
Dificuldade em gerir conflitos.
Incapacidade de lidar com pressão.
Medo de falhar.
Relações tensas e carreiras estagnadas.
Sem educação emocional e social, criamos sociedades com muita informação, mas pouca consciência.
Hoje, o conhecimento técnico envelhece em poucos anos.
As competências humanas comunicação, resiliência, empatia, pensamento crítico, são o novo ouro.
E o curioso é isto: nunca tivemos tanta informação, e nunca estivemos tão ansiosos.
Porquê?
Porque informação não é educação para a vida.
Informação diz-te o que fazer.
Educação para a vida ensina-te quem ser.
Ninguém vai resolver isto por nós.
Nem a escola.
Nem o governo.
Nem a família.
Pode parecer injusto, mas é libertador.
Porque não precisamos de esperar que ninguém mude para começarmos a mudar.
Agora a responsabilidade é pessoal: criar a tua própria educação paralela.
Não tentes aprender tudo.
Começa pelo que mais te bloqueia:
– Comunicação?
– Emoções?
– Finanças pessoais?
Reserva 20 minutos por dia para estudar e praticar.
Lê, ouve podcasts, faz cursos, escreve.
Aplica o que aprendes é aí que a mudança acontece.
Não por quantidade de informação, mas por transformação real.
Pergunta-te:
Reajo melhor à frustração do que há seis meses?
As minhas conversas são mais claras?
Tenho mais segurança nas minhas decisões?
Inventário da Vida Real: identifica o que mais te causa stress e o que precisas de aprender para melhorar.
A Regra dos 20 Minutos: cria consistência, não intensidade.
A Conversa Que Tens Evitado: enfrenta com empatia e clareza e desbloqueia o que estava parado.
Este episódio não é uma crítica à escola ou à família.
É um convite à responsabilidade.
Eles deram-nos o melhor que tinham.
Agora, cabe-te a ti dar-te o que te falta.
Não te culpes pelo que não aprendeste.
Decide o que vais aprender agora.
Pergunta-te:
“Se eu continuar assim nos próximos cinco anos, vou gostar da pessoa em que me tornei?”
Se a resposta for “não sei” ou “provavelmente não”, esse já é o teu sinal.
Está na hora de mudar.
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